Solano inicia sua trajetória profissional ainda adolescente como ilustrador, designer e produtor gráfico.
A partir do curso de Artes na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, passa a conviver com Alexandre Vogler, Luis Andrade, Jorge Duarte, Cristina Pape, Ronald Duarte, Cristina Salgado, BobN, Ricardo Basbaum, Romano, Guga Ferraz, entre outros artistas e professores atuantes no meio das artes plásticas contemporâneas no Rio de Janeiro. Participa de eventos da cena alternativa carioca como o Imaginário Periférico, 2004, a Mostra Livre de Artes do Circo Voador (Mola), 2005, a III Semana de Cultura de Santa Teresa, 2006, o Artes de Portas Abertas, 2010, além de aparições em outras mostras do gênero que reúnem jovens artistas e experimentadores performáticos.
Em 2008, parte para um período de experiência no ateliê de pintura de Walter Contreras, pintor chileno radicado em São Paulo, conhecido na cena paulistana por suas oxidações em grandes formatos, onde atua como assistente, e retorna ao Rio de Janeiro no início do ano seguinte.
O texto está presente na raiz de seu processo criativo, como pode ser percebido na seleção de signos e símbolos que norteiam seus desenhos e pinturas.
Em 2009, lança A história dos três pontinhos, adotado pelas Secretarias de Educação de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro, e, em 2011, é a vez de A revolta das vogais, ambos por Vieira e Lent Casa Editorial, publicações infanto-juvenis que fundem metalinguagem e humor e têm nos elementos gráficos da língua portuguesa suas personagens essenciais.
No final de 2010, conhece Ronaldo Torquato, destacado pintor e desenhista do underground carioca. Diante de uma coleção de desenhos do Solano feitos em guardanapos de papel e cadernetas, Torquato sentencia de maneira enfática: pare de desenhar e comece a pintar! Agora! E foi o que foi feito. Iniciava-se ali a série Garatujas que marca sua interlocução com o universo da pintura, para o qual levou o forte grafismo e seu singular contexto simbólico longamente elaborado a partir das experiências em papel.
Sua instalação mais recente foi na mostra internacional Drive-In Rio, exposição coletiva por ocasião da Rio+20, no Rio de Janeiro, em 2012, onde expôs, em parceria com Eduardo Gripp e Alê Gabeira, a SEXMACHINEDRIVETRHU, reaproveitamento estético-conceitual de automóvel colidido com projeção de cenas sensuais em seu vidro dianteiro para ser assistidas a partir do interior do veículo, decorado à moda das casas de prostituição e moteis baratos da região do porto, ao que se somava, ainda, uma pipoqueira elétrica instalada no porta-malas, cuja iguaria era servida em abudância à audiência.
Outro encontro notável, em 2013, com Roberto Magalhães, origina o primeiro projeto de publicação de seus trabalhos: uma coleção de 200 desenhos e apontamentos feitos em cadernetas diversas e superfícies despretensiosas, com curadoria e apresentação do próprio Roberto, cujo título, Sonhos aprisionados, o autor definiu a partir do texto interpretativo do grande artista plástico brasileiro.
Seguindo seu caminho pessoal entre literatura, design, desenho e pintura — afora a poesia diletante e a letra de música que pratica com menor intensidade e o mesmo afeto ―, Solano Guedes busca na imagem o texto e no texto a imagem. Mesmo sob a forma de objetos. Liguem seus liquidificadores.